Novas diretrizes europeias sobre insuficiência cardíaca: o que mudou?
A cada 4 anos, a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) renova suas diretrizes para o diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca (IC). O Congresso Europeu de IC, ocorrido em Maio/2016, atualizou as diretrizes de 2012 da ESC. As principais novidades são a criação de uma nova subcategoria de classificação baseada na fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), a inclusão do LCZ696 (sacubitril /valsartan) e melhorias relacionadas ao diagnóstico e tratamento da IC, tendo aumentado os capítulos de comorbidades das clinicas de IC e de terapias não-medicamentosas.
Vamos fazer uma longa série de posts detalhando os principais pontos da diretriz. Para começar, ressaltamos os pontos mais importantes propostos pela diretriz:
Sugestão de uma nova subcategoria específica para portadores de Insuficiência Cardíaca - IC com FEVE entre 40 e 49% – esta categoria agora é chamada de IC com fração de ejeção limítrofe (ICFEL). Casos com FEVE abaixo de 40% são denominados de IC com fração de ejeção reduzida (ICFER). Isto porque a maioria dos trials que mostrou benefício de mortalidade com medicações randomizou pacientes com FEVE<40%.
Novo algoritmo para diagnóstico de IC – se FEVE<40%, está feito o diagnóstico de IDCFER. Contudo, nos outros casos será necessário a associação de eco + BNP para dar o diagnóstico
Inclusão do novo composto inibidor da neprilisina e receptor de angiotensina (ARNI) sacubitril / valsartan (LCZ696) – O LCZ696 é indicado como substituto dos iECAs em pacientes sintomáticos mas que já estão com o tratamento otimizado (I B).
Ivabradina como segunda escolha de medicação antianginosa no paciente coronariopata – as diretrizes americanas colocam nitratos/bloqueadores dos canais de cálcio como segunda opção.
Guideline clicando na imagem.